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Diante da pressão por reforma, PT resiste a entregar a Casa Civil

16 de Setembro de 2015

 
Por DÉBORA ÁLVARES e VALDO CRUZ 
 
Na reformulação da equipe do Palácio do Planalto em estudo pela presidente Dilma Rousseff, o PT não quer perder o comando da Casa Civil, hoje nas mãos do petista Aloizio Mercadante.
 
Segundo a Folha apurou, o partido da presidente aceita e até estimula a troca de Mercadante, mas quer ver no seu lugar o ministro da Defesa, Jaques Wagner, nome preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
Conforme a Folha revelou na sexta-feira (11), Dilma estuda até um nome de fora do PT para ocupar a Casa Civil.
 
Um nome que é visto com simpatia entre aliados é o da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO). É uma opção que poderia sinalizar um apelo de paz na direção dos peemedebistas.
 
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), cotada para assumir a Casa Civil
 
Oficialmente, o Palácio do Planalto divulgou nota negando com "veemência" que a presidente pretenda trocar Mercadante, mas a Folha ouviu relato de interlocutores de Dilma em que ela manifestou abertamente sua intenção de ceder às pressões, tanto de peemedebistas como de petistas, e mudar o comando da Casa Civil.
 
Jaques Wagner esteve cotado para assumir a Casa Civil por sugestão do ex-presidente Lula no início do segundo mandato de Dilma.
 
Mercadante colecionou ao longo dos últimos meses atritos com o PMDB, principalmente com o vice-presidente, Michel Temer.
 
O petista acabou virando alvo de pressões de aliados, que passaram a defender sua saída como solução para a crise política. Seus críticos o consideram abrasivo no trato e centralizador na tomada de decisões.
 
PROXIMIDADE
 
Dentro do PMDB, uma ala do partido, ligada ao vice-presidente, acredita que um correligionário no comando da Casa Civil poderia reaproximar os peemedebistas do Palácio do Planalto.
 
Kátia Abreu, contudo, não conta com o apoio integral do partido.
 
Seu nome como candidata ao posto de Mercadante foi citado durante jantar de governadores do PMDB com Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e os líderes da sigla no Congresso.
 
Os presentes ponderaram que, embora não seja um quadro tradicional da legenda, a peemedebista é próxima à presidente Dilma, que foi madrinha de seu casamento no início deste ano, e também de Temer.
 
Kátia seria como um "ombro amigo" para Dilma, que se fortaleceria com alguém de sua confiança por perto.
 
As resistências internas no próprio PMDB a seu nome e, principalmente, no PT, tornam, porém, seu caminho em direção à Casa Civil complicado.
 
NOTA
 
Uma nota da Presidência sobre o caso afirma que "o governo federal desmente com veemência a manchete da Folha desta sexta (11), sobre a busca por um substituto para Mercadante. Afirma que "a reportagem não condiz com a realidade".
 
O texto traz elogios a Mercadante, afirmando que o ministro da Casa Civil faz um "trabalho fundamental para a gestão", que "tem colaborado para a construção da estabilidade política". Segundo a nota, a reportagem "serve apenas para fomentar especulações desnecessárias".
 
A Folha mantém a informação publicada, apurada com três interlocutores da presidente e reiterada por um quarto na manhã desta sexta.
 
A negativa do governo reflete a irritação da presidente Dilma Rousseff com o vazamento de suas intenções.
 
Fonte: Folha de São Paulo 


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