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Produção industrial cresce em dez Estados em março

11 de Maio de 2016

Por: Robson Sales

O crescimento da produção industrial em 10 dos 14 Estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março foi o melhor resultado desde julho de 2014, quando o avanço do setor também ocorreu em dez locais.

A alta quase generalizada, no entanto, não indica que a indústria encontrou o caminho da recuperação. Sinaliza que o setor parou de aprofundar a retração, afirmou Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). "A queda continua importante, mas ainda assim há uma estabilização. É ruim, mas pelo menos parou de piorar no mesmo ritmo que vinha acontecendo."

O câmbio desvalorizado ajudou a frear o tombo da indústria: impulsionou a exportação de setores alimentícios, produtos de madeira e fumo, por exemplo, e agiu na substituição de produtos importados em outras fábricas. "É o câmbio operando nos dois lados", destacou Cagnin. Em março, a indústria cresceu 1,4%, maior taxa desde janeiro de 2014 quando subiu 1,8%. "Seria muito bem-­vindo que esse movimento se mantivesse nos próximos meses, significando um momento de transição para a tão esperada recuperação da indústria brasileira", disse o economista.

Os números estão melhores também porque a indústria vem desabando há meses. O resultado positivo de março se deve mais à fraca base de comparação do que ao câmbio em patamar mais favorável à exportação, ou a um alívio na demanda do mercado interno, na avaliação de Rodrigo Lobo, economista do IBGE.

É o caso do Amazonas, que entre fevereiro e março cresceu 22,2%. Nem o forte avanço conseguiu reverter as perdas acumuladas nos nove meses anteriores ­retração de 25,6%. Nesse período, a atividade industrial com maior dinamismo foi a de bebidas, que começa a ocupar o espaço que antes era da indústria de equipamentos de informática, eletrônicos e óticos. O setor que cresce é muito mais ligado à dinâmica do mercado interno", explica Lobo, ao contrário da produção do polo de Manaus, dependente do exterior.

No primeiro trimestre, a indústria amazonense acumula perda de 22,1%. Ganha apenas do Espírito Santo ­retração de 22,4% ­, que foi fortemente afetado pelo rompimento da barragem em Mariana, que ainda causa reflexos na indústria extrativa.

O Estado de São Paulo cresceu 1,5% em março e reverteu parte da perda do mês anterior, quando caiu 1,7%. Nos últimos 15 meses são nove resultados negativos na série com ajuste sazonal. No primeiro trimestre, o tombo já acumula 13,6%. "São Paulo está em um perde e ganha danado, mas sempre que há uma taxa positiva ela não reverte as perdas passadas", afirmou Lobo. Em nota, o Iedi afirma que o Estado "tem conseguido reduzir as perdas desde o segundo trimestre de 2015. As retrações persistem, mas são cada vez menos intensas".

Em março, o segundo melhor resultado foi registrado na indústria da Bahia, com crescimento de 8,1% ­ no mês anterior, o tombo foi de 8,6%. No mês, as indústrias automotiva e de derivados do petróleo puxaram o setor, mas não conseguiram reverter as perdas acumuladas. A indústria baiana está 7,2% abaixo do nível registrado em março do ano passado.

 

Fonte: Valor Econômico


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