Brasil avançará no mercado de carnes na próxima década, aponta banco
27 de Abril de 2015
O custo adicional de logística para trazer um quilo de carne do Centro-Oeste para as regiões Sudeste e Sul é, em média, de R$ 0,15.
Mas a produção dessa carne nas novas regiões de fronteiras de grãos diminui os custos do frango em R$ 0,30 por quilo, enquanto o de suíno fica R$ 0,40 menor.
"Há grande potencial de produção de proteínas nessas áreas", diz Fontes.
O setor de grãos também será beneficiado pelo avanço da produção de carnes no pais, aponta Rasmussen. Ele acredita que a maior produção de frango vai gerar uma demanda extra de 5,5 milhões de toneladas de milho e de 2,1 milhões de toneladas de farelo de soja por ano.
A alta na produção de carne suína vai exigir demanda adicional de 2,5 milhões de toneladas de milho e de 700 mil de farelo de soja.
Os analistas do Rabobank preveem que a produção de frango salte de 12,3 milhões de toneladas, em 2013, para 16,2 milhões em 2023.
Esse crescimento de 3,9 milhões de toneladas significa uma evolução anual de 2,8%.
As exportações aumentariam 40% no mesmo período, atingindo 4,9 milhões de toneladas por ano. Já o consumo interno, ao subir para 11,3 milhões de toneladas por ano, registraria uma evolução média anual de 2,5%.
O mercado de carne suína também melhora, com crescimento médio anual de 2,4% para o consumo e de 3,3% para as exportações.
Na avaliação dos analistas do Rabobank, a produção nacional de carne suína deverá atingir 4,4 milhões de toneladas em 2023, 1 milhão a mais do que a atual.
NOVAS FRONTEIRAS
Boa parte da nova produção de carnes virá das novas fronteiras agrícolas, principalmente do Centro-Oeste.
O avanço da produção para novas áreas não será fácil nem barato. O sistema de produção entre Sul e Centro-Oeste é diferente, não só no tamanho da propriedade como na cultura do produtor.
O sistema de integração e de trabalho ligado a cooperativas do Sul não é compatível com a produção em larga escala das novas fronteiras.
Logística e mão de obra serão dois problemas a serem enfrentados pela produção de proteínas nessas novas áreas.
Rasmussen destaca, porém, que as obras em estradas como a BR-163 e o maior escoamento de grãos pelo Norte poderão reduzir os custos com frete em até 40%.
Para Fontes, um dos segredos da produção brasileira é que o país soube avaliar bem as necessidades do mercado. O produtor agrega valor produzindo cortes especiais e produtos específicos para as diversas regiões do mundo, segundo o analista do banco.

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Fonte: Folha de São Paulo