Ministro da Saúde indica recuo em ideia para a CPMF
07 de Outubro de 2015
Ex-titular alfinetou governo e Congresso
Ao assumir o cargo de ministro da Saúde, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) voltou a defender a CPMF como fonte de recursos para o setor. Porém, após propor, na semana passada, dupla tributação da CPMF –sobre operações de crédito e débito–, ele sinalizou um recuo.
"Não nos interessa a cor do gato. O que nos interessa é que ele cace o rato. O que interessa é a luta permanente por mais recursos para a saúde", disse, acrescentando que foi o Planalto quem propôs a volta do imposto e que a responsabilidade sobre o tema é do Congresso e da Fazenda.
"Suponhamos que amanhã o governo diga que não quer mais a CPMF, mas outro imposto para a saúde. Para mim, tudo bem. Mas o que está posto no momento é a CPMF."
Em resposta a críticas de que seria pouco capacitado para o cargo, o deputado citou a medicina e a psiquiatria como suas áreas de formação e especialização e sua trajetória política nos últimos 20 anos.
O ministro afirmou ainda que pretende exercer o cargo com "humildade" e realizar uma "gestão participativa", para "aprofundar e modernizar as estruturas do SUS".
Ao transmitir o cargo, o ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, fez discurso com recados ao Congresso e ao governo. "Não podemos ter medo de admitir que devemos avançar na busca por novas fontes de financiamento", disse, em referência a fala anterior que desagradou Dilma Rouseff.
Ele também afirmou ter defendido o SUS quando houve "ameaças de destruí-lo", citando a Agenda Brasil, do PMDB do Senado –que previa pagamento para procedimentos da rede– e projeto para obrigar empresas a pagar planos de saúde apoiado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Fonte: Folha de São Paulo