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ALANAC - Notícias do Setor

Hypermarcas deve vender área de fralda

29 de Abril de 2016

Por: Stella Fontes

A venda do negócio de fraldas da Hypermarcas poderá se concretizar no prazo de um ano, indicou ontem o presidente da companhia, Claudio Bergamo. Segundo o executivo, potenciais compradores voltaram a olhar o ativo, que já é reconhecido no balanço como operação descontinuada principalmente por causa da melhora das margens nessa atividade.

"Estamos em posição muito melhor hoje do que há um ano, quando havia incertezas [que influenciaram o interesse de potenciais investidores]", disse Bergamo a analistas. "Obviamente que agora os 'players' começam a voltar."

A companhia estuda desde maio do ano passado a venda da divisão, que é dona das marcas Pom Pom, Cremer Disney, Sapeka e Bigfral e era avaliada pelo mercado em R$ 1,5 bilhão.

Conforme o executivo, ao longo do primeiro trimestre, a Hypermarcas deu continuidade à implementação do aumento de preços da linha de fraldas, que se iniciou em julho de 2015, para compensar o efeito da desvalorização do real na linha de custos. O reajuste foi aplicado sem perda de participação de mercado.

"Desde então, tivemos cerca de 36% de aumento na média ponderada, recuperando margens", afirmou, acrescentando que o negócio de fraldas cresceu 15% em receitas no trimestre. "Isso nos coloca em posição boa nesse negócio."

De acordo com Bergamo, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) das operações continuadas de R$ 310,3 milhões no primeiro trimestre ­ alta de 11,2% no comparativo anual ­ coloca a companhia na rota para cumprir a meta de R$ 1,1 bilhão em 2016. "Nossos resultados vieram em linha com a meta e o orçamento, apesar da deterioração do cenário macroeconômico e político", afirmou.

O primeiro trimestre, avaliou, foi determinante para a nova estrutura de capital da companhia, na esteira da conclusão da venda da unidade de cosméticos para a multinacional Coty, do anúncio de venda do negócio de preservativos por R$ 675 milhões e da segregação do negócio de fraldas descartáveis.

Com o recebimento de pagamentos pelos ativos, a Hypermarcas encerrou o trimestre com caixa líquido, após "hedge", de R$ 271 milhões, que não reflete novas entradas de caixa, como a segunda parcela da venda de preservativos. O executivo destacou que a geração de caixa orgânico também cresceu no intervalo. "Com isso, temos condições de distribuir dividendos."

A companhia informou que o conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos intercalares relativos ao primeiro trimestre no valor de aproximadamente R$ 133,2 milhões. Esse valor se soma aos R$ 24,9 milhões anunciados anteriormente.

 

Fonte: Valor Econômico


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